16 de dezembro de 2010

Poética e movimentos

O deslocar caminhante é um truísmo para aqueles que desapegados são às letras frias das conclusões alheias. No universo da subjetividade, encontrar o mundo é retornar cada vez mais à reminiscência de uma paisagem que há muito no horizonte da idade declinou. É um retorno à infância e aos artifícios que eram usados como argumento para alcançar a maturidade. Porque o impulso do caminhante é um signo a ele desconhecido, que subsiste apenas em seu discurso e oculto nas mais profundas persistências do seu deslocar. Não apenas o objetivo, porém, faz o gozo do caminho. Somente o movimento aleatório, a fadiga e a sensualidade poupam essa descoberta fatal. Sê oculto, mistérios do mundo. O jogo premia a identidade. Seu porto é o revelar de uma epifania que explode no acaso, que brilha alta, incandescente, revelando a poética do espaço e dos corpos. Essa iluminação é a emoção da cumplicidade, a companheira que habita-nos à semelhança da sombra e dos prazeres.

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