8 de novembro de 2010

Arvo Pärt, «Berliner Messe», p. vii

Arvo Pärt subverte o silêncio — ele não é ausência; é transfiguração. O silêncio é cúmplice, uma voz gêmea que mais e mais se esconde e, por isso mesmo, mais e mais se deixa entrever. Máxima atenção aos seus cantos, aos seus choros, aos seus nadas. Tudo é magia, sombra caída sobre a terra, um longo poema estendido sobre a esfinge dos anos. O que lhe resta é apenas o sol, esse eco inatingível que repousa a paz eterna sobre os homens.



— Arvo Pärt, Berliner Messe, VII, «Sanctus»

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