26 de outubro de 2010

O pensamento de William Morris, Pt. I


Das fontes mais importantes para a formação do pensamento socialista inglês no sec. XIX encontramos o movimento Romântico. E aí delimita-se a importância de William Morris. Basicamente, a tendência do romantismo articulava-se, de um lado, entre oscilações escapistas — que poderíamos chamar de medievalismo nostálgico, a-histórico, como no caso de Walter Scott —, e, de outro, a rebeliões que redundavam apenas na insurgência impotente do Eu. Há exceções, obviamente, tais como Percey Shelley.

Todavia, William Morris soube superar com suficiência esse tour de force, partindo da articulação de autores cuja crítica ao capitalismo industrial superava as tendências conservadoras oriundas do individualismo burguês da tradição liberal, tais como William Blake, Cobbett e Carlyle. Nesse aspecto a importância de John Ruskin sobre o pensamento de William Morris pode ser sentida com maior profundidade e extensão.

Há no socialismo de William Morris muito do autor de «Stones of Venice»: não somente a indignação moral e a inteligência de perceber a exploração — econômica e moral — como fruto imediato do capitalismo a expensas da dignidade humana, mas ser capaz de imaginar um projeto social definido historicamente, qual seja, a sociedade socialista — sociedade essa exposta em News From Nowhere.

P.S. — Esse é o primeiro texto de uma série de posts dedicados a William Morris.

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