24 de outubro de 2010

No Templo de Apolo

A natureza causa-me o crescimento daquilo que poderia chamar de «superação do intelecto». Todavia, ao referir-me a natureza não penso naquele tropos idealizado pelos teóricos românticos. Há, sim, algo de transcendente nos bosques, nos rios, no mar e nos vales. Interessa-me, porém, a percepção de que no universo da suposta irracionalidade não se habitam nenhuma das nossas concepções morais acerca da justiça, do belo e da ordem. Vê-se aí apenas uma irrefreável espontaneidade de tudo quanto aquilo que, diariamente, negamos pertencer às nossas mais profundas intuições. O desejo de superação — aquela atmosfera de permissão e polaridade aos nossos mais intensos impulsos — é o que exalta a teia de acontecimentos que a partir da nossa soberania se constrói. Voltar à natureza é apenas a outra face do conhece-te a ti mesmo.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial