A geografia da poética
O homem faz parte do continente, da terra. Do laço que o aglutina em meio à gente, como que por alguma inclinação derivada da própria vida, encerra-se não apenas seu ser, mas todo triunfo da existência enquanto avanço para algum sopro terno que sobrevive na nostalgia das suas emoções mais desconhecidas. Pois sim, o caminho do inóspito, do não-trilhado, com sacrifício muitas vezes dessa união identitária, entende-se por quem dela compartilha. As noites ao relento, o sabor da areia entre os dentes, a umidade a devorar-lhe as roupas — tudo serve, toda valia é quista. A circunstância concreta onde essas provações crescem é o solo pantanoso da experiência, vívido entre o céu da memória e os ventos enfeitiçados da sincera camaradagem.
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