24 de outubro de 2010

«Cinco peças para piano op. 23» e «Serenata op. 24»

O «Quarteto para cordas em fá sustenido menor», de 1908, foi a última obra tonal de Schoenberg. A partir daí deu-se início ao período criativo que Pierre Boulez denominou de «estilo atonal livre». Seu novo sistema tonal, o dodecafonismo, que pretendeu substituir o de Bach e Rameau, seguiu seu curso natural rumo à superação do cromatismo wagneriano (que já demonstrava sinais de exaustão) e do atonalismo.

Ao invés das 24 tonalidades do sistema tradicional – 12 maiores e 12 menores –, Schoenberg admite somente uma tonalidade: os 12 sons, onde nenhum deles destaca-se dos demais: todos ocupam a mesma função, não havendo notas musicais maiores ou menores. Todavia, essa liberdade é restrita, assumindo inúmeras regras.

Como ensinou Schoenberg em sua obra Harmonia, o compositor deve basear-se numa série na qual todos os 12 sons são representados, mas um de cada vez. Como ressalta Otto Maria Carpeaux, essas regras compõem-se de uma escolástica. As primeiras obras seriais foram «Cinco peças para piano op. 23» e «Serenata op. 24», ambas publicadas nesse post.

Perceber, com cuidado, como é possível encontrar algumas semelhanças entre Schoenberg e Haydn nessas composições, dentre elas a excepcional densidade de pensamento e a redução, num espaço sonoro e temporal diminutos, de uma vasta multidão de acontecimentos musicais.



Cinco peças para piano op. 23 (1920-1923)



Serenata op. 24 (1920 - 1923)

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